A Prefeitura da cidade de São Caetano está construindo muros em dois trechos da Avenida Guido Aliberti, às margens do Ribeirão dos Meninos. Segundo a administração municipal, as obras têm o objetivo de minimizar as enchentes na região, provocadas pelo transbordamento do curso d”água.

Somadas, as duas porções de muro terão extensão aproximada de três quilômetros. O investimento é de cerca de R$ 2,3 milhões. Nos pontos em que as obras estão sendo realizadas, duas faixas de rolamento estão interditadas.

Um dos segmentos da avenida que receberão muro está localizado entre as ruas São Pedro e Barão de Mauá. No trecho será construído o Espaço Cerâmica, que abrigará shopping e condomínios luxuosos. Segundo a administração, será adicionado mais 1,20 m de parede aos cerca de 1,50 m já existentes.

Outro ponto que terá aumento na barragem já existente será entre a Estrada das Lágrimas e a Praça Mauá, onde funciona o instituto de engenharia homônimo. O muro da via terá crescimento médio de 2,25 m.

A Prefeitura informou que o ponto mais crítico ao longo da via é a foz do Ribeirão dos Couros com o Meninos. Nesse trecho, a parede adicional chegará a três metros.

Até o fechamento desta edição, a Prefeitura não havia informado o prazo para finalização das intervenções. A administração revelou, no entanto, que a meta é construir 600 metros de muro até o fim de maio.

SEM ESPERANÇAS
Comerciantes e funcionários de empresas sediadas na Guido Aliberti não demonstram confiança nas obras para contenção dos transbordamentos. “Se vier água para valer, vai encher do mesmo jeito. O problema é que a causa da enchente não é só a água que transborda do rio, mas também o volume acumulado na avenida”, avaliou o serralheiro Mário Hipólito, 58 anos, que trabalha em frente a um dos pontos que terão o crescimento do muro.

O aposentado Nilton Terçolo, 68, concorda com a tese de que a água retida ficará represada na avenida, sem ter vazão para o rio. “Teria que ter alguma bomba de sucção. Senão, não vai adiantar nada.”

Na opinião de Terçolo, outros motivos levaram a Prefeitura a iniciar a obra. “Aqui perto terá os prédios chiques. De repente esse muro é para esconder a favela do outro lado do rio. Assim só aparece a parte boa”, avaliou o aposentado, referindo-se ao bairro de Heliópolis, na Capital.

Fonte: Diário do Grande ABC